A normalidade x patológico - uma breve reflexão no atual cenário brasileiro.
- Adriana Ridão
- 9 de jul. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 24 de nov. de 2020
No atual cenário brasileiro, o homem tem se percebido em meio a uma pandemia imerso a diversos estímulos novos e pré existentes, que podem soar como ameaçadores colocando o sujeito em condições de vulnerabilidade e desamparo tais como: a desigualdade social, a crise política, o desemprego, crise financeira, a falta de transparência e comunicação assertiva entre governantes e a ciência, a ameaça a vida, o luto, a competitividade, os diversos níveis de exploração e violência entre outros.
Situações esta que para aquele que não se organiza e se ajusta tende a se tornar patológico. Não que estejamos negando as patologias que tem se destacado nestes tempos tais como: as depressões, os transtornos de ansiedade, o uso abusivo de substâncias, o transtorno de burnout, etc.
Compreende-se que há a necessidade de se avaliar individualmente, uma vez que cada um tem sua história, sem deixar de levar em conta o próprio momento histórico enquanto sociedade organizada dentro de um modelo capitalista, que por vezes é direcionado num fazer cujo enfoque é a produtividade, o consumismo em que o adoecimento não é compreendido e muito menos acolhido como deveria ser.
Podemos pensar no momento atual exemplos de produções de sofrimento tais como o excesso de trabalhos e o processo de adaptação aos trabalhadores e que estão em home office, alunos que tiveram que se adaptar a esse novo molde educacional temporário, o isolamento social, a conectividade cada vez mais intensa.
São sujeitos que por vezes são submetidos a condições extremas de cobranças por produtividade, por se adaptar, por se reinventar. Tudo para continuar fazendo a roda do capitalismo continuar a girar. Em meio a tantas exigências e demandas como não sofrer?
De certa forma se dar conta que os discursos normativos destoam da realidade como verdadeiramente é, pode se tornar um despertar do sujeito que por vezes pode se encontrar submerso a angústia e ansiedade.
Por : Adriana Ridão da Silva
